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O Sol Voltou

by Luís Severo

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1.
Primavera 03:07
O sol já doira o teu cabelo Avermelha as tuas sardas Perfuma alto da serra Desenrola o novelo Das vontades adiadas Urgentes como o dia que encerra Quisemos correr fazer parte da terra Ir em paz sem voltar em guerra Se a rua ali à espera Agiganta a Primavera Esquece o drama Que o fim da tarde nunca vai ser noite E em cada peito há um instante que canta liberdade Só me reconheço em beijos teus Sabem sempre a hoje os beijos teus Dás-me um dia inconsciente Mas devolves-me a noção Só quando for mesmo importante Dás-me o futuro que tu chamas de presente Por seres já concretização Do que pra mim é tão distante A liberdade em estar longe e não querer estar perto Abrir o meu peito teu choque eléctrico Mas se há gente ali à espera Pra estragar a Primavera Ai não descanses Que o fim da tarde não quer mais ser noite E em cada cada peito há um instante que canta liberdade Só me reconheço em beijos teus Sabem sempre a hoje beijos teus Agora solta beijos teus Agora canta liberdade Só me reconheço em beijos teus, (liberdade) Sabem sempre a hoje beijos teus
2.
Acácia 02:51
Saudade bate à porta do quarto E sai ao nascer do dia Volta quando o sol se põe Na sala o medo já solta a guitarrada E o coração sobe e desce É só o ar que se vai Que sede louca te despe a memória? Que voz te conta metade da história? O calor aperta sem fumar contra a parede Acácia em flor que te leva Ainda corre mas ninguém chegou E diz o pôr do sol “ele já te esqueceu” Acordou sem ver o sol e anoiteceu E passa devagarinho Junto ao Campo Santana Se a manhã cheira a champô Morre o velho, nasce um menino E os novos passos da dança, amor Cantando e rindo eu tos dou Na sala de espera as notícias que a sorte não dá Pega um chocolate e senta que a morte vem já A ferida aberta vai sangrar contra o tapete, irmão O silêncio não me sossega Não sei lidar com o que ele me ensinou E diz o pôr do sol Ele já te esqueceu Acordou sem ver o sol E anoiteceu Pergunta ao pôr do sol Se ele já te esqueceu Acordei não vi o sol E anoiteceu
3.
Maio 03:34
O nosso amor partiu a medo E em tanto desencontro Voltou mais sossegado Aos poucos fomos aprendendo Teimosos como o touro No amor desarrumado Hoje o sol voltou E no mesmo lugar Tu sempre aqui ao lado Dançamos outra vez Ainda estou apaixonado Sais no calor do teu momento Fica a piada tua A esperar-te às seis da tarde Tu tens colegas e emprego Papéis, vida de rua E a força da bondade nunca te enganou Não vais planear Que se a dúvida dá certo O certo sai furado Se estamos bem, ‘tá bom Já lá vem a luz de Maio Hoje o sol voltou Hoje o sol voltou Sem amor para estear Porque a festa da flores Não soube a quase nada Sem dizer teu nome Saudade não acaba Se hoje o sol voltou O encanto a quebrar Mil cheiros no ar E a chuva no molhado Mas ficámos os dois E a sonhar já se fez Maio Não soube a quase nada Sem dizer teu nome Saudade não acaba Se hoje o sol voltou
4.
Domingo 02:49
A casa cheia à meia noite E tu doente outra vez Tanta pergunta não solta embaraço Sussurras um desabafo E enquanto faço o café tropeças Em tanto beijo e abraço Hoje a ansiedade não te deu nem uma hora Descansa agora ninguém nota se vais A festa é de quem grita mais Domingo o tédio trouxe a paz também Deu-te um silêncio para ser voz de alguém Moleza e juras de amor Enquanto o fogo não acorda E a febre não acalma Teu vai e vem Embala bem Se o chá do dia sem penas Te afasta do espelho E o céu cinzento não estorva o programa Eu para aqui sem problemas A achar que tenho enfim São só pedaços de lama Para te embalar A minha história era pouca Juntei pimenta até prender a tua boca E agora não me afasto mais Domingo o tédio trouxe a paz também Deu-te um silêncio até ser voz de alguém Moleza e juras de amor Enquanto o fogo não acorda E a febre não acaba Teu vai e vem Embala bem A casa cheia à meia noite e tu doente outra vez Tanta pergunta não solta embaraço Sussurras um desabafo e enquanto faço o café depois Tropeças em tanto beijo e abraço Domingo o tédio trouxe a paz também Deu-te um silêncio até ser voz de alguém Moleza e juras de amor Enquanto o fogo não acorda
5.
Joãozinho 03:26
Perdeu as asas nesse bando E foi voar à solta O cãozinho a meio da sesta acordou Até lavar o nosso pranto Cantou a boa nova E agora vai vivendo sem pressa Se falhar não é perder É só um pretexto para recomeçar E a regra vai quebrar até mudar a norma Rio turvo a nascer Não fujas desse teu particular Que a resposta ‘tá lá ao fundo na foz Uh se não há um tempo certo Para crescer e ficar esperto Cada qual o seu Não faz mal cair ter medo Vá não chores em segredo Se não choro também eu Deixa lá, João Se a mudar voltou ao mesmo E o dia soube a uma lembrança A mudança a um regresso E o regresso a uma mudança Perdoa esse gente tão chata E a vida boa sem ter anjo da guarda Um dia vai bater E sem ligar ao que eles vão achar O mistério ali à espreita ainda sabe a pouco Rio turvo a correr E o que à nascente te quis separar Foi só pra te entregar lá no fundo da foz Quem te quis doirar a história Em conquistas e vitória Quanto te escondeu? Pra te ver fuçar na escola Ser macho e jogar à bola Mas se isso aborreceu Deixa lá, João E vive sem pressa Deixa lá, João Que há coisas neste mundo que se encantam só para ti
6.
Rapaz 02:49
Meu amigo, o calendário Trouxe-me a mesma miragem E um santinho para a sorte Esperei teu aniversário E a rescrever mensagens Lá passou da meia noite Se a meio dos pesadelos Os passos na escada Parecem dentro de casa Ai que medo Só te disse olá Mas tudo o que eu maios sentia Agora escrevo Ei, rapaz, que saudades Andar por aí, aprender a fumar E a tocar bandolim, imitar-te as vaidades Nos precipícios sem medo do amor Família e os amigos Sem esperanças vão à guerra Se pateta é ter um sonho Vão rir dos males antigos Que o futuro desta terra Já só pode ser medonho Preguiça trouxe preguiça Justiça sem sentença E o barulho pra calar A descrença Passa o dia na cama À espera que uma luz Desça ao meu pijama Ei, rapaz, que saudades Quis saber de ti Vamos lá passear Andar por aí Diz-me lá como fazes Se não tens vícios nem medo do amor Só te disse olá Teus olhos, minha prisão Ai fico tenso Ei, rapaz, que saudades Andar por aí, aprender a fumar E a tocar bandolim, imitar-te as vaidades Tenho saudades do teu…
7.
Galo do eterno agora Passa da hora Sai dessa prisão Não esperes sentado Enganos de puto Para as pedras que tens na mão Se assim te não quero Sou-te sincero Dei um rumo à desilusão Preguei-me ao pouco que valho E quer seja ou não profissão É meu Não é por gostar Que é contradição abrir mão Se o vento mudar no frio do Inverno Vou respirar e abraçar a escuridão Se achar que desta ainda não é A última canção Amassei o barro, livrei-me do fardo De ser estranho aos olhos dos meus Lições são enganos cantados Dez anos sem dizer adeus E canto se hora ainda é agora Fecho os olhos pra não me ver E adio a má sorte de querer separar O que é prazer e dever Se é minha riqueza não ter patrão Não vou mentir A vida assim não é dura, não Se o vento mudar no frio do Inverno Podes voar, vivo sem a tua mão Volto pra trás Talvez a cantar, amor A última canção Podes voar, vivo sem a tua mão Achei que desta ainda não é A última canção A última canção A última canção
8.
Cheguei Bem 04:25
Manhã, corro se o autocarro vem lá Vou mal vestido e sem comer Mais cinco horas sentado Não sei com que cara lhe vou aparecer Andei a esperar pela a tua visita E que desta não tenhas pressa Essa cara fica mais bonita Depois de uma boa conversa Esta vida não dá para mim Mas já estou bem melhor Terra linda tão verde Cheguei de noite E amanhã vou embora Cheguei bem mas já vou embora Cheguei bem e até voltar Parto pronto a chegar E só vou dormir quando os pássaros cantam Estação sem nada de novo Alguém ao que der e vier Árvore à espera de fogo E além teu carro começa a aparecer Olho rosado cai-me no goto Tás fumado assim, ai quem me dera Dá-me mais lucidez de minhoto E eu já não volto pra minha terra Esta vida não dá para mim Mas já estou bem melhor Terra linda tão verde Cheguei de noite E amanhã vou embora Cheguei bem mas já vou embora Cheguei bem e até voltar Parto pronto a chegar E só vou dormir quando os pássaros cantam Sopra o vento Traz geada Salta o pó nesta encruzilhada Acelera, é sábado à noite Olhas nos olhos esqueces a estrada Foi tangente, não passa nada Sempre em frente que o dia acaba Felicidade em cada encontro Depois vou embora Cheguei bem mas já vou embora Cheguei pronto a ficar Mas volto a partir quando os pássaros cantam (Casa) (…) O quente e frio não arrepia E dá motivo à viagem Se é do dia o que só peço à noite O prazer da solidão A flor de estufa virou bicho do mato Na pronúncia só ficou o abstrato A renúncia e a ambição
9.
Se a resposta vem com o tempo E a Primavera já não passa do chão É teimosia se ainda te lembro Ou se te esqueço pra lembrar o Verão Noite que há-de ser sempre escura Mas a seguir vem o nascer do dia E traz surpresas dessa tua loucura Purga para espantar a monotonia Minha água fria Não me vens buscar Ai que escura é a noite Se ainda demoras Ah, quem me leva? Não te vai chegar Ai que dura é a noite Se te fores embora Ah, quem me espera? Tu estás melhor Eu é que não Quão egoísta eu sou? Tudo tem razão de ser Achei que era meu E um dia não chegou E é sempre escura a noite Engano as horas lá sentado à tua espera Sai do meu lugar Que eu já vou pra longe Tu foste embora Ah quem me espera? Ah quem me espera? Ah quem me espera? Se a resposta vem com o tempo E a Primavera já não passa do chão É teimosia se ainda te lembro Ou se te esqueço para lembrar o Verão

about

credits

released May 17, 2019

Composto tocado e produzido por mim.
Gravado por mim, Diogo Rodrigues e Rodrigo Castaño.
Misturado por mim com a preciosa consultoria dos queridos amigos Eduardo Vinhas, Diogo Rodrigues, Rodrigo Castaño, Manuel Palha e Manuel San Payo.
Masterizado pelo Eduardo Vinhas e por mim.
Capa, ilustrações e grafismos por João Sarnadas.
Gravado entre o estúdio da Cuca Monga, o atelier de pianos Ébano & Marfim do Afonso Wallenstein e a casa no Ribatejo do querido Tio José Romão.
As primeiras canções deste disco foram compostas nos Açores, numa residência artística no Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas.
A Teresa Castro emprestou-me uma guitarra clássica muito importante para esta gravação.

Agradeço do coração a todos os nomes acima e também a outros que me ajudaram nestes dois anos sem gravar:
Raquel Rodrigues, Joaquim Quadros, Bernardo Álvares, Rodrigo Vaiapraia, Filipe Sambado, Núria Bernardo, Luís Henrique, Rodrigo Nogueira, Duarte Coimbra, João Sobral e Joana Rodrigues.

Para ser mais rápido, agradeço particularmente a toda a Cuca Monga e Maternidade. Agradeço ainda aos meus pais e restante família.

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Luís Severo

Booking:
Joaquim Quadros
joaquimquadross@gmail.com

Promoção:
Rodrigo Castaño rodrigocastano.promo@gmail.com

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